quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Só 10% para a Fiel? Sim, e daí.

O futebol brasileiro é avesso a mudanças, saudosista demais.

Quando se cogitou o Brasileiro de pontos corridos, como acontece na maioria dos países, houve quem fosse contra. Ainda há vozes a favor das finais. “São mais emocionantes”, bradam alguns, mesmo muitas vezes beneficiando o time com mais sorte.

Agora, a polêmica é quanto à carga de ingressos para o clássico São Paulo e Corinthians.
Discussões, teses, notas oficiais para avaliar se está correta ou não a atitude da diretoria são-paulina de disponibilizar 10% dos ingressos para os corintianos.

Há quem afirme que historicamente é lindo ver o estádio dividido meio a meio. Concordo.

Também há quem diga que a torcida do tricolor não ocupará todo aquele espaço destinado aos donos da casa. O problema nesse sentido já é do São Paulo e sua torcida que somente comparece em decisões.

A diretoria do campeão brasileiro está apenas cumprindo o regulamento das competições, agora que destinou parte das arquibancadas para empresas, que lhe darão um grande retorno financeiro, e não podem mais ceder o espaço para torcidas visitantes.

Se o estádio é do São Paulo e o regulamento permite tal atitude, não há o que discutir mais.
Assim será daqui pra frente e o Corinthians que exerça esse direito quando for seu o mando de campo. Vou além, que construa um estádio e tenha ainda mais embasamentos para agir como os são-paulinos.

Assim sendo, tricolores terão que aceitar calados. A velha desculpa que o Pacaembu não oferece segurança para clássicos não vai mais colar.

Aqui em MG, diretorias de Atlético e Cruzeiro sempre se entenderam sobre este assunto.

Brigaram mais por causa do banco de reservas atrás do bandeirinha do que por divisão de ingressos.

Os clubes, inclusive, aceitam dividir pela metade a renda, independente do resultado da partida, que dá ao vencedor o direito de ficar com 60%.

Após o Atlético golear o Cruzeiro na primeira partida da final do mineiro de 2007, a diretoria celeste de forma inteligente cedeu ingressos a ela destinada para os atleticanos. Melhor ver a festa alheia do que perder dinheiro, pensaram.

O mesmo ocorreu ano passado, quando quem goleou foi o Cruzeiro.

Mas esse entrosamento entre atleticanos e cruzeirenses acontece somente porque o Mineirão é público.

Se Galo e Raposa tivessem suas arenas, certamente fariam valer o artigo dos 10% de ingressos para os visitantes em dia de clássico.

Alguém duvida?

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