sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Jornalistas e publicitários, uni-vos

Está no bom blog do Cefas:

Profissão de publicitário não é regulamentada. E quem ganha com isso são os “gênios” de fundo de quintal

O publicitário André Cruz é o co-autor do blog de hoje. Ele mandou e-mail alertando sobre a seguinte questão: “Cefas, já que estamos nos preocupando e enaltecendo tanto o mercado publicitário, com jobs cada vez mais criativos e criteriosos, por que não abordarmos o assunto "Regulamentação da profissão" (que não foi abordado no congresso de São Paulo)?”
E fuzila: “Será que teremos que esperar que o pior aconteça, ou seja, os ícones da publicidade brasileira tenham que sumir para que isso aconteça?”
Concordo plenamente com a posição/reivindicação do André. Mesmo porque, como jornalista, defendo também que só jornalistas, com o devido diploma, exerçam a profissão. Há uma corrente a favor de que qualquer pessoa pode ser contratada por um veículo e ser repórter de jornal, de rádio, de TV ou de site jornalístico.

Claro que há pessoas competentes que não têm diploma, e podem ser bons publicitários ou jornalistas. Mas essa exceção não pode determinar a regra. Publicidade e jornalismo são atividades específicas, que exigem preparação específica e, por sua importância social, preparação de alto nível. Se o texto do jornalista for ruim, o jornal perde leitores. Se a campanha desenvolvida pelo publicitário for precária, quem perde é o cliente, e sobra para a agência, que por sua vez perderá o cliente.

Agora, falando especificamente sobre propaganda, é imprescindível o reconhecimento da profissão. E com o devido diploma universitário. Li outro dia o seguinte comentário de um jornalista, no site da Federação Nacional da classe, a Fenaj: “O que teria acontecido aos advogados se os rábulas se insurgissem e não permitissem a regulamentação dos profissionais habilitados para atuar na Justiça? E onde estariam os dentistas, se os protéticos estivessem no lugar deles?

E os professores, para que diploma, se ensinar é um dom?”
Outro comentário no mesmo site, que pode ser adaptado à realidade publicidade: “Ser poeta, pintor, escritor, dispensam a formalidade acadêmica. Jornalista, não. Precisa de técnica, aprendizado específico, formação universitária voltada para a área. Não precisa? Então precisamos ser coerentes - fechar as faculdades de jornalismo, sindicatos, associações, já que a categoria é dispensável”.

Então, gente, passou da hora de se lutar pela regulamentação da profissão de publicitário.
Ou, como ressalta André Cruz, vamos esperar que os feras, os ícones, desapareçam, virem empresários do shopping Oi ou motoristas de táxi, porque o neto do dono da agência, ou o sobrinho de um político ligado ao prefeito ou governador fuçaram e aprenderam Corel e Photoshop? Que geniozinhos, queridinhos do papai ou mamãe ricos, criem agências de fundo de quintal? Sem terem passado pela faculdade, sem terem urrado para pagar a mensalidade de julho ou dezembro, para renovar a matrícula do semestre seguinte?

Sindicato das agências, Associação Mineira de Propaganda e regional mineira da Associação Brasileira de Publicidade, a Abap/MG, estão discutindo e já formatando um encontro mineiro da propaganda. E todos nós, inclusive o André, esperamos que a regulamentação da profissão tenha prioridade total nesse evento.

O link: http://www.eunaotenhonome.com.br/cefas/blog/blogdocefas

Nota do blog: onde eu assino?

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