Futebol super star

As desculpas não colam mais, são sempre as mesmas.

O adversário jogou fechado, pouco tempo para entrosamento, não faltou vontade nem raça;

Vamos esquecer os resultados. Deixemos de lado a derrota para a Venezuela, nos EUA, a vitória sobre o Chile, no último domingo; apague da memória o 0 a 0 de ontem.

Analisemos o futebol do time do Dunga. A seleção jogou bem contra o Chile. Com vontade, rangendo os dentes, marcando forte e usando com inteligência os contra-ataques proporcionados por um empolgado Chile. Assim, o talento apareceu, os gols sairam e todos, torcida, jogadores, imprensa e CBF ficaram felizes... por três dias.

Veio a Bolívia, pior seleção da América do Sul que levou cinco da Venezuela, quatro do Uruguai, três do Equador. O Lula, o Evo Morales, todos sabiam que a Bolívia jogaria fechada. Mas, pelas declarações dos jogadores, foi uma sacanagem o que os bolivianos fizeram. Não encararam o Brasil de peito aberto, não se abriram para levar três, quatro, cinco... Mas a Bolívia NUNCA encarou o Brasil jogando por aqui e mesmo assim sempre foi saco de pancadas.

O que faltou foi futebol coletivo, vontade de ganhar, um ajudar o outro em campo. Mas Robinho, Ronaldinho, Luis Fabiano e CIA preferiram fazer caras e bocas quando erravam. Procuravam as câmeras e se mostravam irritados, colocavam as mãos na cabeça, sorriam sem graça. É esse o futebol dos jogadores brasileiros, super astros intocáveis sem o mínimo de espírito coletivo.

Não se vê na seleção a cobança em campo, a vontade de mudar a tática em campo, uma troca de passes inteligentes. É cada um por si e por seu empresário.

A sensação que fica após partidas como a de ontem, ou até mesmo depois do empate em 0 a 0 com a Argentina é que a frustração das mega estrelas de amarelo fica no vestiário. Hoje é outro dia, mês que vem tem mais e lá vamos nós...

É impensável o Brasil ficar fora da Copa e não acredito que fique mesmo. Mas muita coisa tem que mudar. Dunga tem culpa? Sim, muita, mas não toda. Até acredito que nem na Copa ele chegue. Basta uma derrota... Mas esses intocáveis "deuses" de chuterias devem ser cobrados também. Quando fizeram beicinho, no último domingo, venceram a partida. Não podem ser elogiados, tem que ser cobrados o tempo todo para que o prestígio abaixe e as críticas aconteçam também na Europa.

Pedir amor à camisa é demais, isso não existe no futebol. Mas um pouco de vontade, não faz mal a ninguém.