segunda-feira, 16 de março de 2009

A carteirinha do pobre torcedor

A Polícia Civil de Minas Gerais apresentou os dois suspeitos de assassinar um torcedor atleticano antes do último clássico entre Atlético e Cruzeiro, no dia 15 de fevereiro.

O crime aconteceu muito longe do Mineirão, na av.Silviano Brandão.

Segundo a Polícia, trata-se mesmo de uma rivalidade entre torcidas.

Mas aconteceu há MUITOS quilômetros do estádio.

Depois dos acontecimentos daquele domingo, o Governo Federal resolveu "agir".

Na última sexta-feira, o Governo Federal, através do Ministério dos Esportes apresentou o programa TORCIDA LEGAL que, através de diversas medidas, pretende dar mais segurança aos torcedores nos estádios de futebol.

Entre essas medidas está a implantação da carteirinha de torcedor.

Todo torcedor que resolver acompanhar seu time do coração no estádio precisará ser previamente cadastrado para ter acesso ao ingresso e ao local da partida.

O governo instituiu a “carteirada” no futebol brasileiro.

Como bem disse o Juca Kfouri em sua coluna no Folha de São Paulo, de ontem, “se a senhora sua mãe quiser ir ao Morumbi, ao Pacaembu, ao Prudentão, só poderá ir se estiver devidamente cadastrada, nos mínimos detalhes, algo que não passa de tola burocracia e, há quem diga na OAB, é até inconstitucional”.

E o governo jura, de pés juntos, que a tal carteira do torcedor será gratuita.

Nem mesmo a carteira de identidade, documento que IDENTIFICA o cidadão é sem ônus, imagine um cartão magnético para o pobre torcedor.

Se o intuito é diminuir a violência, não seria mais prudente PUNIR aqueles que cometerem crimes, com leis rigorosas que realmente intimidem os marginais ao invés de criar burocracias ridículas que tendem a complicar ainda mais a vida daquele que apenas quer ir a uma partida de futebol?

Proibiu-se a bebida, causa principal de tumultos nos estádios, segundo as autoridades.

Aqui em MG, as bandeiras ficaram anos fora das arquibancadas como forma de PUNIR os torcedores brigões.

Forma clara de tirar a responsabilidade dos ombros daqueles que deveriam legislar, julgar e zelar pelo bem-estar da sociedade.

torcedores impedidos de comparecer nos estádios. Um dia, juro que procurarei saber se esses “torcedores” estão realmente impedidos, e como é feita essa fiscalização.

Será que não bastaria um monitoramento permanente e leis que realmente punam os vândalos que brigam e matam nos arredores dos estádios, nas arquibancadas e nos pontos de ônibus?

E os policiais que muitas vezes agem com truculência contra torcedores? Haverá alguma punição contra estes homens mal preparados?

O Projeto de Lei tem pontos interessantes, como a punição dos cambistas, que agem livremente, nos arredores dos estádios. Mas a punição tem que ser rigorosa em cima não apenas daqueles que vão para porta do estádio ganhar, com ágio, em cima da paixão do torcedor de bem. É preciso que aqueles que repassam os ingressos também sejam punidos. Ou alguém acredita que o cambista realmente enfrenta fila para comprar ingressos?

Um comentário:

Anônimo disse...

Medidas complicadas que quero ver se realmente vai pegar neste "organizado" futebol brasileiro. É duro Rivelle.. É duro!!!