terça-feira, 28 de outubro de 2008

Quero minha cidade de volta

Uma notícia hoje, pela manhã, me deixou estarrecido.

Um garçom do Karaíba foi morto com uma garrafada no pescoço.

Não sei detalhes, mas como a maioria das violências urbanas, o motivo deve ter sido estúpido.
E o que menos importa é o motivo mas, sim, o fato.

Parêntese: para quem não conhece, Karaíba é o local mais freqüentado de Santa Bárbara. Bar, restaurante e hotel, localizado no centro da cidade.

Há muito tempo Santa Bárbara já não é a mesma da minha infância. O progresso (que nem é tão grande assim), aumento da criminalidade, a insensatez do homem transformaram a cidade, antes pacata, numa terra de ninguém.

Ficou perigoso voltar para casa, à noite, numa cidade de apenas 30 mil habitantes.

Há dez anos, notícia de assassinato na cidade era motivo de comentários por meses.

Hoje, não. Ficou banal, como a própria vida.

E o policiamento na cidade? Será que aumentou? Provável que não.

Talvez quando a morte bater à porta de algum “conhecido”, a situação mudará.

Ou não, sei lá...

Quem sabe, quando lá, segurança pública render votos.

Mas a verdade que aquela frase que dizia que o negócio é ganhar a vida e voltar para o interior para ter uma vida tranqüila já não está valendo mais.

“Na primeira noite eles se aproximame
roubam uma flordo nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”
Poema de Eduardo Alves da Costa

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