sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Kalil nos braços do povo

Finalmente, Alexandre Kalil é o presidente do Atlético.

Algo que já se anunciava em 2000, quando o Atlético parecia entrar nos eixos. O presidente era Nélio Brant, o time voltava à Taça Libertadores, após o vice-campeonato brasileiro do ano anterior e uma parceria com um grupo econômico batia às portas de Lourdes.

Mas, a bola dá muitas voltas e os bastidores atleticanos fervem. Nélio Brant caiu. Mesmo assim Kalil formou uma parceria forte com Ricardo Guimarães, que durou apenas dois anos.

O time começou a despencar até terminar na segunda divisão nacional.

Se o céu de brigadeiro que se anunciava no início do milênio tivesse perdurado no alvinegro, Kalil teria sido eleito presidente no pleito que levou Ziza Valadares à presidência, há quase dois anos.

Kalil chega com atraso ao posto maior atleticano, mas levando a esperança de milhões de atleticanos.

Kalil é a cara do Atlético. Passional que, ao meu ver, não é defeito e sim qualidade para um dirigente de futebol. Desde que essa paixão venha acompanhada de competência, assim como Zezé Perrela é no Cruzeiro.

Mas uma das primeiras declarações do novo presidente me preocupou. Levado por essa paixão e pelo momento de euforia, Kalil anunciou sua posse junto com a Massa, no jogo do dia 16.11, contra o Vasco, com ingresso a R$5.

Totalmente aceitável que Kalil queira “contratar’a torcida, como ele mesmo disse e transformar o Mineirão em um caldeirão, mas não dá mais para fazer futebol com ingressos desse valor.

A conta é simples. Caso o Atlético leve 40mil torcedores contra o Vasco, a R$5, a renda será de R$200 mil. Se o preço médio do ingresso fosse R$12, por exemplo, com um público de 20 mil, pequeno para os padrões alvinegros, já daria uma renda de R$240 mil. Vinte mil torcedores a menos e R$40 mil a mais nas bilheterias. Sem contar que com 40 mil torcedores, as despesas serão bem maiores.

Mas o que a Massa queria aconteceu. Kalil se tornou presidente e comandará o clube, tomara, pelos próximos três anos. É certo que ele cumprirá o que disse ontem, passará uma vassoura em Lourdes, mandando para a rua aqueles que fingem trabalhar e apenas mamam nas tetas alvinegras.

Kalil vai encher o Atlético de gente de bem e ele, macaco velho dos bastidores alvinegros, não se deixará levar por tapinhas nas costas que, certamente recebeu ontem, daqueles que quase jogaram o Galo no abismo.

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