quarta-feira, 30 de julho de 2008

Texto do Jornal Voz do Caraça (Stª Bárbara e região)

Em três tempos

Rivelle Nunes

1ºTempo:
Nem tudo correu às mil maravilhas no clássico Brasil e Argentina, realizado em junho, no Mineirão. E não estou me referindo à partida, abaixo da crítica. A tribuna de imprensa foi improvisada nas cadeiras especiais e, para tentar chegar ao local, jornalistas e cronistas passavam, literalmente, por cima de torcedores e alguns tiveram que trabalhar em pé porque não havia lugar para todos. Cerca de 2000 profissionais estavam credenciados, até a Al Jazeera, a poderosa TV do mundo árabe, apareceu na Pampulha e não havia condições de trabalho para todos. Sem contar a falta de educação de alguns torcedores endinheirados – o ingresso custou R$250 – que insistiam em ficar sentados nos degraus. Muitos jornalistas também se empurraram e se acotovelaram em busca do melhor ângulo para a fotografia ou de um furo de reportagem. Uma verdadeira falta de respeito e profissionalismo. E a Copa de 2014 vem aí...

2ºTempo:
Um pedido público de desculpas e uma entrevista coletiva, tentando justificar o injustificável, confortam a dor de uma mãe que viu seu filho ser metralhado por policiais? Assim agiu o Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, após o carro onde estava o garoto João Roberto ser alvejado por policiais militares que realizavam uma ação atrás de bandidos. Conseguiram confundir uma mãe de família e duas crianças com perigosos delinqüentes. Atiraram primeiro e perguntaram depois. Não foi a primeira, nem a última vez. Na mesma “Cidade Maravilhosa”, o jovem Daniel Duque foi morto na porta de uma boate por um PM que fazia a segurança do filho de uma promotora e um moto boy também foi assassinado quando saia de casa para comprar doce para a filha de cinco anos. No Paraná, PM’s mataram uma estudante que voltava de uma festa. Esses casos aconteceram em menos de um mês e mostram como boa parte das Polícias Militares é despreparada e mal treinada. Já cantavam os Titãs, “dizem que ela existe para proteger”...
Desde criança ouço que a juventude é o futuro do Brasil. Será que essa juventude chegará à fase adulta?

3º Tempo:
Mais de trinta dias após a entrada em vigor, as discussões em torno da polêmica Lei Seca vão, aos poucos, diminuindo. Tudo uma questão de adaptação e os números se mostram indiscutíveis. Na mesma proporção que os proprietários de bares reclamam do prejuízo nas últimas semanas, diminuíram os acidentes com vítimas fatais nas grandes cidades. Em todo o país, caíram cerca de 24% as operações de resgate do SAMU desde o dia 20 de junho. A grande questão é o teor alcoólico permitido no sangue. Quem é contra a Lei Seca acredita que a taxa é pequena, o que realmente é verdade. Mas não há como definir um padrão básico para a embriaguez. Uma pessoa pode ficar embriagada com duas doses, outras com dez. A verdade que os reflexos não serão mais os mesmos após a ingestão de álcool. Dessa forma, a taxa tem que ser zero mesmo. O governo sancionou a lei que se mostra eficaz, mas também precisa se preocupar com as outras causas de morte no trânsito, como as estradas em péssimo estado, automóveis mal conservados em circulação, e que haja punição severa aos motoristas sem habilitação que vira e mexe se envolvem em acidentes.

Até a próxima...

Um comentário:

Anônimo disse...

necessario verificar:)