quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Começa a Libertadores para os clubes brasileiros

Sem os tradicionais Boca Juniors e River Plate, com quatro equipes brasileiras que reúnem sete títulos do torneio, começa hoje para os clubes tupiniquins, com a partida do atual vice-campeão, Cruzeiro, a Taça Libertadores da América.

O Cruzeiro vai a Potossi enfrentar o pífio Real, mas que tem na altitude seu principal aliado. O clube boliviano joga para repetir 2008, quando goleou o mesmo Cruzeiro, por 5 a 1, para sonhar em entrar na fase de grupos. Já o time celeste tem na manutenção do elenco a principal arma na tentativa de repetir a boa campanha de 2009. Reforços não estão descartados, mas certamente serão anunciados somente se o time passar pelo adversário dessa fase pré-Libertadores.

O São Paulo, dessa vez, começou a se reforçar e não somente contratar. A chegada de Rodrigo Souto e Alex Silva qualificam o grupo de jogadores que recebeu, desde o fim da temporada passada, os contestados André Luiz e Léo Lima.

O mais badalado time brasileiro neste início de Libertadores é exatamente o que nunca conquistou o torneio. O Corinthians, no ano do Centenário, contratou jogadores experientes para acabar com o carma de nunca se dar bem na competição continental. Ronaldo e Roberto Carlos comandam o time paulista em busca da obsessão chamada Libertadores da América.

O Flamengo chega forte para tentar o bi. Além dos astros Adriano e Petkovic, que comandaram a equipe no hexa brasileiro, o rubro-negro contratou Vagner Love para fazer dupla com o Imperador. O que pode atrapalhar a caminhada é a tentativa de conquistar o inédito tetra regional.

Dos clubes brasileiros, o mais discreto na mídia é o que conquistou o título pela última vez para o futebol do país. Mas o Internacional parece não estar de brincadeira. Contratou Jorge Fossati, campeão de “La Copa”em 2008, pela LDU, e coloca o time reserva no Gauchão para se dedicar totalmente ao bicampeonato das Américas.

Sem Boca e River, os cinco brasileiros aparecem como grandes favoritos ao título continental. Mas, se esse favoritismo vai se transformar na taça, saberemos somente em agosto.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Supresa na abertura do Mineiro foi o Zebu

A grande surpresa do início do Campeonato Mineiro foi a derrota do Ituiutaba, em casa, para o Uberaba, por 3 a 0. O BOA, sempre forte na Fazendinha, vem fazendo um papel ruim desde a Taça Minas Gerais do ano passado. A derrota assusta pelo elástico placar. O Zebu, por outro lado, mostra que o time campeão da Taça Minas entra para garantir vaga entre os oito classificados.

A goleada cruzeirense sobre o Uberlândia (6 a 0) não foi anormal. A diferença de qualidade técnica é estratosférica. Os empates entre Villa Nova e Améria/TO (1 a 1) e Caldense e Democrata (0 a 0) também são resultados normais. Pior para o Leão e o time do Sul de Minas, que perderam pontos em casa.

O Tupi não bobeou em Juiz de Fora e largou na frente, vencendo o Ipatinga, por 1 a 0. O grande empate (1 a 1) entre Galo e América mostrou que o Coelho não tem um time bobo e que o Galo pode realmente ter um bom ano. Os comandados de Luxemburgo cansaram muito no fim da partida e, mesmo com 10 durante boa parte da primeira etapa, segurou o América que mostrou qualidade principalmente no meio-campo. Destaque para Luciano e Wellington Paulo pelo lado verde e Jairo Campos e Fabiano pelo lado alvinegro.

Mas para Galo e Cruzeiro, que almejam muito em 2010, o Estadual vale pouca coisa. Principalmente esta primeira fase, que classifica oito clubes. Que os cruzeirenses não se iludam com a goleada da 1ª rodada, e que os atleticanos não acreditem que os placares elásticos que certamente virão sejam a certeza que o time está pronto para as competições mais fortes.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Obina pode ser um ídolo no Galo


Não, ele não é melhor que Eto´o.

Mas também não é pior que vários atacantes que vestiram a camisa atleticana nos últimos tempos e este blogueiro, por conta própria, inclui Pedro Oldoni, Alessandro, Éder Luís e Julio Cesar, para ficar somente na última temporada.

Não é nada, mas Obina conseguiu colocar mais um pouco de Atlético na mídia. A contratação do folclórico atacante foi destaque em vários sites nacionais, principalmente depois da homenagem da comunidade oficial do Galo, que criou o avatar “Barack Obina – Yes, He CAM”.

Essa exposição faz gol? Conquista três pontos ou títulos?

Claro que não.

E quanto tempo vai durar essa “Obinamania”?

Isso, dependerá do rendimento do atacante e do time dirigido por Vanderlei Luxemburgo.

Obina pode, sim, entrar para a história do Atlético. Assim como Dadá Maravilha, outro atacante de qualidade técnica duvidosa, mas carismático e com faro de gol invejável, entrou.

É quase unanimidade que Obina é um sujeito do bem no sujo e cheio de pernas meio do futebol. Por isso, essa empatia acontece onde quer que ele desembarque. Assim foi no Flamengo e Palmeiras. Obina é notícia muito mais por essa qualidade de agradar a todos (torcida, imprensa e companheiros) do que pela falta de talento.

Deslizes aconteceram, óbvio, como na briga com Maurício, do Palmeiras. Jejuns de gol foram vários, principalmente no Flamengo; críticas pela falta deles foram incontáveis.

Mas, no Atlético, Obina pode se tornar um goleador, principalmente pela fragilidade dos adversários no Campeonato Mineiro e primeiras fases da Copa do Brasil. Não importa se fará gols de canela, bico ou barriga. Não existe gol feio, feio é não fazer gols, como um dia disse o Dario Peito de Aço.

Em abril, quando os jogos difíceis começarem pra valer, veremos se Obina será mesmo um ídolo atleticano, ou apenas mais um rio passou na vida alvinegra, assim como “Mixirica”, por exemplo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Com cara de filme repetido, começa hoje o Mineiro/10

Somente uma grande surpresa fará com que Cruzeiro ou Atlético não fiquem, mais uma vez, com o título estadual em Minas Gerais. Mesmo com a valorização financeira dos clubes do interior e a boa fase do América, respeitado pela volta à Série B e pela boa administração, a diferença dos dois gigantes da capital para os outros é absurda. O Coelho, pela tradição, talvez seja o único que pode surpreender e desbancar Galo ou Raposa do trono no Estadual em Minas Gerais.

Os clubes do interior entram na disputa de um campeonato paralelo. Garantir a permanência no Módulo I é o objetivo. Conseguir uma vaga na Copa do Brasil ou na Série D, um prêmio. Chegar às semifinais, como o Ituiutaba e Rio Branco fizeram no ano passado, e o Tupi, no anterior, a glória.

O campeonato é curto, são apenas 11 jogos e qualquer cochilo na reta de largada pode terminar com o sonho de uma boa campanha. O Uberlândia, em 2009, perdeu as três primeiras partidas e passou as rodadas restantes lutando contra o rebaixamento, conseguindo escapar nas duas últimas partidas.

A fórmula de disputa não empolga. São 12 equipes e oito se classificam para a fase seguinte. Praticamente impossível que Atlético e Cruzeiro deixem de figurar entre os classificados. A facilidade é tão grande que o Cruzeiro, no campeonato anterior, não escalou o time titular em nenhuma partida da fase inicial e se classificou invicto.

Polêmicas de arbitragem, bate-boca entre dirigentes, reclamações de gramados e estádios, briga pelo túnel, uma equipe sendo saco de pancadas, outra que pode surpreender. Tudo isso veremos no Mineiro 2010. Se você está lembrado de ter ouvido falar de algum dos assuntos listados, fique certo que não é coincidência. É filme repetido mesmo, daqueles que passam na Sessão da Tarde.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

E agora, Dunga?

Foto: Reuters
O primeiro final de semana de futebol profissional no Brasil foi ofuscado por uma atuação de gala de Ronaldinho Gaúcho, na Itália.

Como a primeira rodada dos estaduais do RJ, SP e RS não empolgaram, com times desfalcados e desentrosados, os três gols e as jogadas do craque brasileiro com a camisa do Milan ocuparam os maiores espaços nos jornais, programas esportivos da TV, sites, blogs e redes sociais.

Ronaldinho está jogando bem há algum tempo, méritos para Leonardo, técnico do Milan, e a pressão será tão grande que dificilmente Dunga deixará de convocar o camisa 80 para a Copa.

Resta saber quem perderá a vaga no avião para a África. Alguns meias e atacantes que coloquem as barbas de molho.

No meio, Kaká é certo entre os 23 da Copa. A opção que talvez mais agrade a torcida é ver Ronaldinho ocupar a vaga de Julio Batista, mas o ex-são-paulino tem crédito com o treinador desde a Copa América da Venezuela, quando estrelas como os próprios Kaká e Ronaldinho pediram dispensa, enquanto Julio e Robinho compareceram na primeira competição oficial de Dunga. A versatilidade é outro ponto a favor de Julio Batista. O jogador da Roma atua em várias posições no meio e, no time italiano, joga como atacante. Elano também dificilmente deixará de estar entre os convocados, pois faz parte do grupo há muito tempo, sobrando para Ramires ou, caso Dunga opte por deixar um volante de fora, Felipe Melo.


Se Ronaldinho for a Copa no lugar de um atacante a batata de Nilmar começa a assar, embora em excelente fase com a camisa da seleção. Dunga dificilmente deixará de chamar Robinho, mesmo não jogando nada há muito tempo. Luis Fabiano é nome certo e outro homem de área, provavelmente Adriano, também deverá ser convocado. Outra possibilidade é o treinador convocar cinco atacantes, com Ronaldinho ocupando uma das vagas.

Domingo tem o derby de Milão. Se Ronaldinho brilhar, como no último final de semana, praticamente se garantirá no voo para a África. Resta saber se, até lá, garantirá o lugar na janelinha.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Bola rolando pelo Brasil


Ela voltou a rolar nos gramados brasileiros.

Um pouco mal-tratada, é verdade, culpa da falta de prática adquirida nas férias. Afinal, foram mais de um mês sem poder chutá-la, cabeceá-la, passá-la.

Mas se não foi tão bem tratada, a bola encontrou inúmeras vezes, de Norte a Sul, o lugar que mais gosta; a rede.

Em SP, Santos e Palmeiras golearam na primeira partida do ano. O Corinthians, sem Ronaldo e Roberto Carlos, apenas empatou e o São Paulo foi derrotado pela Lusa.

No RJ, os quatro grandes venceram. Flu e Botafogo com mais facilidade do que Fla e Vasco.

Os grandes gaúchos também começaram o ano vencendo. O Colorado, com mais facilidade que o Grêmio.

No meio de semana é a vez de MG dar as boas vindas ao futebol profissional.

Já estávamos com saudade.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Pesquisador relata como está o Haiti após o terremoto

O texto abaixo é de um pesquisador brasileiro, da Unicamp, que está no Haiti. O relato foi publicado em um blog.

O link do blog é este: http://lacitadelle.wordpress.com/


Haiti: estamos abandonados
13 13UTC Janeiro 13UTC 2010, 23:39 Arquivado em:
HAITI

"A noite de ontem foi a coisa mais extraordinária de minha vida. Deitado do lado de fora da casa onde estamos hospedados, ao som das cantorias religiosas que tomaram lugar nas ruas ao redor e banhado por um estrelado e maravilhoso céu caribenho, imagens iam e vinham. No entanto, não escrevo este pequeno texto para alimentar a avidez sádica de um mundo já farto de imagens de sofrimento.

O que presenciamos ontem no Haiti foi muito mais do que um forte terremoto. Foi a destruição do centro de um país sempre renegado pelo mundo. Foi o resultado de intervenções, massacres e ocupações que sempre tentaram calar a primeira república negra do mundo. Os haitianos pagam diariamente por esta ousadia.

O que o Brasil e a ONU fizeram em seis anos de ocupação no Haiti? As casas feitas de areia, a falta de hospitais, a falta de escolas, o lixo. Alguns desses problemas foram resolvidos com a presença de milhares de militares de todo mundo?

A ONU gasta meio bilhão de dólares por ano para fazer do Haiti um teste de guerra. Ontem pela manhã estivemos no BRABATT, o principal Batalhão Brasileiro da Minustah. Quando questionado sobre o interesse militar brasileiro na ocupação haitiana, Coronel Bernardes não titubeou: o Haiti, sem dúvida, serve de laboratório (exatamente, laboratório) para os militares brasileiros conterem as rebeliões nas favelas cariocas. Infelizmente isto é o melhor que podemos fazer a este país.

Hoje, dia 13 de janeiro, o povo haitiano está se perguntando mais do que nunca: onde está a Minustah quando precisamos dela?

Posso responder a esta pergunta: a Minustah está removendo os escombros dos hotéis de luxo onde se hospedavam ricos hóspedes estrangeiros.

Longe de mim ser contra qualquer medida nesse sentido, mesmo porque, por sermos estrangeiros e brancos, também poderíamos necessitar de qualquer apoio que pudesse vir da Minustah.

A realidade, no entanto, já nos mostra o desfecho dessa tragédia – o povo haitiano será o último a ser atendido, e se possível. O que vimos pela cidade hoje e o que ouvimos dos haitianos é: estamos abandonados.

A polícia haitiana, frágil e pequena, já está cumprindo muito bem seu papel – resguardar supermercados destruídos de uma população pobre e faminta. Como de praxe, colocando a propriedade na frente da humanidade.

Me incomoda a ânsia por tragédias da mídia brasileira e internacional. Acho louvável a postura de nossa fotógrafa de não sair às ruas de Porto Príncipe para fotografar coisas destruídas e pessoas mortas. Acredito que nenhum de nós gostaria de compartilhar, um pouco que seja, o que passamos ontem.

Infelizmente precisamos de mais uma calamidade para notarmos a existência do Haiti. Para nós, que estamos aqui, a ligação com esse povo e esse país será agora ainda mais difícil de ser quebrada.

Espero que todos os que estão acompanhando o desenrolar desta tragédia também se atentem, antes tarde do que nunca, para este pequeno povo nesta pequena metade de ilha que deu a luz a uma criatividade, uma vontade de viver e uma luta tão invejáveis."

Otávio Calegari Jorge

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A espera atleticana


Como já é costume, o atleticano começa a temporada sob o signo da esperança.

Ansiosos para voltar a ver o time em ação, o atleticano aguarda e acompanha as especulações envolvendo nomes para reforçar o elenco.

Falou-se em Cáceres, Kleber Pereira, Mancini, Lincoln, Rafael Sóbis, Renato.

A diretoria não confirmou nenhum desses nomes, embora alguns tenham afirmado que conversaram com a cúpula alvinegra.

Certeza mesmo, pouco até o momento. Apenas Jairo Campos, Leandro, Muriqui e Marcelo Nicácio. Todos, aquém da expectativa dos torcedores.

A torcida vibrou com a saída de jogadores contestados como Thiago Feltri, Renan, Márcio Araújo, Alex Bruno e Eder Luis mas está preocupada com a falta de reforços no elenco alvinegro.

Se os que saíram, em sua maioria, apresentaram pouca coisa com a camisa atleticana, podem fazer falta na hora de compor o elenco para uma temporada longa como a do futebol brasileiro.

Obvio que a diretoria atleticana está correndo atrás de reforços, mas o silêncio e a falta de anúncios oficiais preocupam a massa.

Hoje, faltando 11 dias para a estreia em 2010, parece que o Galo voltou das férias mais fraco do que terminou a temporada passada.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Um Coelho forte


Fiquei bem impressionado com a entrevista que Olímpio Naves, um dos sete presidentes do América, concedeu ontem ao jornalista Bruno Azevedo, no Programa Bastidores, da Rádio Itatiaia.

O diretor falou sobre assuntos importantes para o futuro do Coelho e foi firme, valorizando a instituição diante de patrocinadores e a Rede Globo. Naves a todo momento lembrava que o América é outro. Aquele clube que esteve no fundo do poço, disputando o Módulo II do Campeonato Mineiro, com ameaça de ter telefone da sede cortado por falta de pagamento, não existe mais. O América, aos poucos, vai se reestruturando.

Naves explicou a situação do clube com relação à transmissão dos jogos do Mineiro, que ainda não está fechada com a TV Globo porque, no ano passado, o clube, Atlético, Cruzeiro e a própria Globo fizeram um acordo para que os dois outros da capital repassassem um valor ao Coelho para complementar a cota, que estava definida como de clube do interior. O Cruzeiro deu o OK e falta o Atlético definir a parte dele nesse acordo. Se não chegarem a um consenso, o América não terá suas partidas transmitidas porque a diretoria entende que o clube não pode ser tratado como clube do interior. E eles realmente estão certos nessa questão.

Outro tema importante foi os patrocinadores do clube para a temporada 2010. O BMG ainda não está fechado porque pretende pagar um valor menor do que o América entende que merece. Outros parceiros – a Habitare, PBH e Rivelli – já estão fechados para expor as marcas no uniforme do clube. Se o banco mineiro não chegar ao valor que o Coelho quer, outras marcas estão na briga para ser o patrocinador máster do clube em 2010 ano que o América terá todos os jogos transmitidos pela TV, seja aberta, fechada ou PPV, caso feche o acordo com a Globo para o Mineiro. Na Série B já está definida a situação e o time mineiro estará na telinha. Isso é valorizar a marca, não aceitar migalhas, situação semelhante à vivida pelo Atlético na temporada passada, que jogou com a camisa limpa, porque o presidente não aceitou as “esmolas” oferecidas pelos possíveis parceiros.

O América perece mesmo ter mudado, trabalhando com os pés no chão, sem se desvalorizar e colhendo importantes frutos. Se tudo continuar assim, é grande a chance do Coelhão estar forte no cenário nacional no ano do centenário, em 2012.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Está no Observatório da Imprensa

CASO BORIS CASOY
O destino acerta suas contas

Por Celso Lungaretti em 5/1/2010

Na manhã de segunda-feira (4/1), as dezenas de postagens no YouTube referentes aos comentários que o apresentador Boris Casoy inadvertidamente fez sobre os garis no Jornal da Band já haviam sido vistas quase 1,2 milhão de vezes. A mais assistida estava na casa de 850 mil hits.

Se alguém ainda não sabe, o noticioso levou ao ar saudações de Ano Novo de dois simpáticos garis: um senhor branco já com cabelos brancos e um negro na faixa de 40 anos. Causaram ótima impressão, com seu ar digno e uma alegria que não parecia forçada. Depois, enquanto eram exibidas vinhetas, ouviu-se a voz de Casoy no fundo, comentando com a equipe:

"Que merda! Dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala de trabalho!"

No dia seguinte Casoy pediu "profundas desculpas aos garis e aos telespetadores da Band" pelo que escutaram em razão de um "vazamento de áudio" (na verdade, só ouviram isso porque ele disse...). Fê-lo, entretanto, de maneira burocrática e pouco convincente, não aparentando estar nem um pouco arrependido do desprezo aristocrático que manifestou pelos trabalhadores humildes. As postagens relativas no YouTube não somavam hoje nem 100 mil exibições.

Lembrei-me da rainha Maria Antonieta recomendando aos pobres que, se não tinham pães, que comessem bolos. Perdeu a cabeça. Casoy teve mais sorte, só quebrou a cara...
Fiquei matutando sobre o destino e seus contrapesos. Às vezes a mesma pessoa é brindada com a sorte grande num momento e tira o azar grande adiante. Ou vice-versa.

Casoy é elitista, racista, conservador e reacionário desde muito cedo. Um velho companheiro que com ele cursou Direito no Mackenzie me contou: aos 23 anos, Casoy era um dos líderes da ala jovem do Comando de Caça aos Comunistas, que tinha nessa faculdade um de seus focos principais.

Mais: nos idos de 1964, Casoy chegou a ser citado em reportagem da revista Cruzeiro como membro destacado da juventude anticomunista.

A quartelada o beneficiou, claro: foi homem de imprensa de um ministro do governo Médici e do secretário da Agricultura de São, Herbert Levy, outra figurinha carimbada da direita. Mas, nem tinha texto de qualidade superior, nem era uma figura agradável na telinha, portanto estava direcionado para uma carreira mediana no jornalismo, não fosse uma moeda que caiu em pé.

Sete anos

Isto aconteceu quando o comando do II Exército aproveitou uma frase imprudente do cronista Lourenço Diaféria (sobre mendigos urinarem na estátua de Caxias) para intervir na Folha de S.Paulo.

Os militares exigiram a destituição do diretor de redação Cláudio Abramo (trotskista histórico), o afastamento de alguns profissionais (demitidos ou realocados) e o abrandamento da linha editorial.

O proprietário Octávio Frias de Oliveira, que sempre se definiu como comerciante e não jornalista, negociou. Servil, aceitou até substituir Abramo por um homem de absoluta confiança do regime militar: Casoy, que editava a coluna "Painel" (sobre os bastidores políticos), então um espaço dos mais secundários no jornal.

Igualmente secundário era Casoy para os leitores da Folha e para os próprios militantes/simpatizantes da esquerda. Suas posições fascistóides eram ignoradas pela maioria.
Aí, como diretor de Redação, calhou de ser ele o principal defensor do jornal num episódio de reação à censura. Ou seja, sob palco iluminado, o lobo teve seu momento de cordeiro, o caçador de comunistas maquilou sua imagem para a de defensor da liberdade de expressão.

Sua carreira deslanchou. Depois de comandar a redação da Folha por sete anos (saiu para dar lugar ao filho do patrão), voltou a editar a coluna "Painel", cuja importância crescera nesse ínterim. Finalmente, tornou-se conhecido pelo grande público como apresentador do Telejornal Brasil, do SBT, entre 1988 e 1997.

Justiça divina

Novamente os fados o bafejaram. Numa emissora que investia pouco em jornalismo e não tinha reportagens para mostrar que, quantitativa e qualitativamente, chegassem nem perto das exibidas pela Rede Globo, o jeito foi deixar crescer o espaço do apresentador.

Casoy pôde, assim, atuar como um âncora à moda dos EUA, fazendo comentários catárticos sobre episódios de corrupção política (principalmente) que eram concluídos com um ou outro de seus bordões habituais: "Isto é uma vergonha!" é "É preciso passar o Brasil a limpo!".
Ou seja, para telespectadores da classe "C" e "D", ele passou a personificar o justiceiro que atirava a verdade na cara dos poderosos. É um público que, em sua ingenuidade, valoriza desmesuradamente essa justiça retórica e ilusória, sem perceber que, depois do desabafo, continua tudo na mesma...

Assim, por novo golpe do destino, um comunicador azedo conquistou a simpatia dos pobres e dos muito pobres, ao expressar seu inconformismo impotente face às agruras que os atingem e eles são incapazes de compreender em toda sua extensão.

É fácil canalizar seu justo ressentimento contra os políticos desonestos. Tanto quanto é conveniente, para os poderosos, mantê-los na ignorância de que o maior vilão em suas sofridas existências atende pelo nome de capitalismo.

Servindo tão bem os interesses do sistema, Casoy atravessou as duas últimas décadas como um aclamado populista televisivo de direita.

Só teve alguns percalços ao exagerar na dose contra o governo Lula, mas seus pés de barro continuaram, tanto quanto possível, ignorados pelo grande público. Agora, um acaso revelou ao Brasil inteiro que indivíduo insensível e preconceituoso é, na verdade, Boris Casoy.
Alguns viram este episódio como um exemplo da justiça divina em ação. Quem sabe?


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Copinha não empolga



A Copa São Paulo de Futebol Júnior sobrevive há algum tempo somente graças à tradição do torneio, que já revelou grandes nomes para o futebol brasileiro e pela mídia que apóia a competição numa época que o futebol brasileiro está parado.

O torneio atual virou um verdadeiro mercado persa para os clubes ou empresários exporem suas mercadorias disfarçadas de jovens promessas do futebol. Não é a toa que há dois anos o torneio mudou a faixa etária, aceitando apenas jogadores até 18 anos quando, antigamente, era sub-20, ou a antiga categoria de juniores. É muito mais fácil negociar para o futebol do exterior uma promessa de 18 anos do que um “veterano” atleta na casa dos 20 anos.

E os jogadores sabem disso. Eles estão mais interessados em fazer firula nos gramados para empresário ver do que aprender algo que possa ser útil quando ascenderem para os profissionais. Isso quando não estão preocupados com o penteado, conceder entrevista com vastos cordões de ouro, ou jogar com as chuteiras mais chamativas.

A atual Copa São Paulo recebe clubes que nada acrescentam à competição, a não ser aos gananciosos olhos dos empresários da bola. Clubes como Desportivo Brasil, Primeira Camisa, Olé Brasil, Pão de Açúcar que, descaradamente, estão interessados em colocar jogadores na vitrine da competição paulista ao invés de criar atletas e, acima e tudo, homens.

Esperar que apareçam nessas competições de base jogadores como Cerezo, Falcão, Romário é acreditar no conto da carochinha ou na “convincente”mensagem do presidente da FPF, Marco Polo Del Nero.

sábado, 2 de janeiro de 2010

O primeiro post do ano!

2010 começou e os torcedores mineiros contam somente com a esperança até o momento.

Galo e Cruzeiro ainda parecem tímidos na busca por reforços.

Desde o fim da temporada passada, especulações aos montes.

Jornalistas e empresários já montaram verdadeiros esquadrões para os dois gigantes do estado.

Lugano, Alex, Ricardo Oliveira e Valdívia já estiveram “certos” com os celestes;

Cáceres, Rafael Sóbis, Mancini e Lincoln estavam “quase 100%” na Cidade do Galo.

Kleber Pereira, segundo a imprensa das alterosas, fechou com os dois.

Mas, de concreto, pouca coisa até aqui.

A verdade é que somente os presidentes dos dois clubes sabem quem está perto de ser contratado. O resto não passa de especulação, algum trabalho de apuração e chutes, muitos chutes. Daqueles do tipo “ouvi de uma pessoa ligada à diretoria”.

Os torcedores sonham com os nomes listados acima e acordam no dia 5, data da apresentação, com Anderson Lessa, Patric, Leandro e Jairo Campos.

A esperança azul é a base bem montada nos últimos anos.

A expectativa atleticana tem nome: Vanderlei Luxemburgo.

Que comecem os jogos!